Faz-se um refogado com cebola, alho e azeite, mexe-se muito bem até alourar a cebola. Junta-se uma porção de polpa de tomate e mexe-se. Adiciona-se as moelas e 2 cervejas e deixa-se ferver. Agora os temperos, sal, picante, pimenta, mostarda, piri-piri, ervas aromáticas, malaguetas e mostarda q.b. e outro tanto. Mexe-se bem, deixa-se apurar e por fim, pickles para dentro do tacho. Deixar cozer e serve-se com batatas fritas. E o liquido dos pickles? Isso, meus amigos, é o segredo.
segunda-feira, março 12
O Contrabandista aposentado
O dia começou com a malta calmamente sentada num banco da praça central (e única) da Malhada a comer umas fatias de pão (comprado em Leiria à coisa de uma semana) acompanhadas com um tradicional e típico queijinho da Serra (comprado em Espanha bem mais barato, por sinal) e chouriça assada (no dia antes, claro); isto tudo bem regado com um pacotinho de leite achocolatado da mimosa.
Eis que vindo não sei de onde surge a personagem do dia, aquele que representa o motivo desta dissertação,l aquele que, mesmo não estando sempre na posse do controlo de todas as suas funções fisiológicas, é símbolo da sabedoria, da sabedoria popular.
Começa assim então a troca de palavras:
- Bons dias!
- Bons dias!
- São de longe os senhores?
- Mais ou menos, daqui e dali, Leiria, Vagos e Torres Novas.
- Mas estão de passagem ... ou andam a ver alguma coisa .... ? (são da bófia?, queria o velho saber, certamente!)
... (passados 4 ou 5 segundos) ...
- Querem provar uma jerupiga que eu ali tenho?
(meio envergonhados)
-Não, deixe estar, não se incomode! (cheinhos de sede que eles estavam)
(mais dois dedos de conversa, e o velho volta ao ataque)
-E um copito de jerupiga, vai?
- Se tiver de ser... vamos lá então provar isso...
- Venham daí. (diz o velho)
... (este é o tempo de atravessar a praça principal, e única, e entrar na adega do velho, do outro lado da praça)...
Um garrafão e quatro copos em cima da mesa, quatro cadeiras e temos uma manhã de histórias fenomenais:
"O Contrabando de dinheiro antes do 25 de Abril"
- "Logo de manhãzinha dava o dinheiro em pacotes a umas moças aí da aldeia para elas esconderem nas tetinhas e elas atravessavam para Espanha pelo mato e por carreiros de cabras. Eu atravessava a aduana no meu carro - era o único que tinha carro aqui - podiam procurar o que quisessem que eu não levava nada comigo. No lado de lá apanhava os pacotes das raparigas e dava-lhes algum dinheiro para a merenda. Entregava o dinheiro no banco espanhol para eles trocarem (entrava pelas traseiras claro) e depois esperava pelas 3 horas quando o banco fechava e nos podia aviar o dinheiro trocado. Entretanto esperava no café e ia bebendo uns copitos. À tarde, já com os pacotes na mão, passava-os para cá na mesma com ajuda das moças. E eram assim os dias!. O dinheiro era barro nas minhas mãos!"
"Um dia em cheio"
- "Um dia levantei-me às 6 e 30 da manhã e a Maria pergunta, «Onde vais tão cedo Manel, deita-te aqui mais uma bocadinho» - queria festa o raio da garota, mas não levou nada. «Maria, hoje vou ganhar um porco» digo eu e saio porta fora, logo ali mais à frente encontro um indivíduo que me pergunta «Quereis comprar francos?» e eu, «compro sim senhor a 6.50, quantos tens?», e ele «tenho 8 milhões» , «ora isso dá 480 contos de réis, toma lá 500 e tira 20». Passados coisa de poucas horas encontro outro indivíduo «Amigo, tens francos para vender?» e vou eu «tenho pois, vendo-tos a 6.80» fizemos negócio. Nesse dia não ganhei um porco, ganhei seis!"
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